Pesquisar este blog

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - RAIOS X - SEXTA PARTE = A HISTORIA DA TOMOGRAFIA CONVENCIONAL E A HISTORIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA


HISTÓRIA DA TOMOGRAFIA

Prof. Dr. João Eduardo Irion

No início do século XX, pesquisadores de vários países, mesmo sem se comunicarem, trabalharam com um propósito comum que era encontrar alguma forma de desfazer as superposições das sombras nas radiografias convencionais bidimensionais. A necessidade de uma solução existia porque as radiografias em incidências ortogonais ou a fluoroscopia não eram métodos satisfatórios para determinar a profundidade ou a localização de lesões ou corpos estranhos nos pacientes.

ESTEREOSCOPIA E ESTEREOGRAFIA

As primeiras tentativas de solução do problema fundamentaram-se nos princípios da visão binocular e da estereoscopia formulados por Sir Charles Weaststone em 1840. A aplicação do procedimento em radiologia exigia a tomada de duas radiografias obtidas depois de determinado deslocamento do tubo de raios X e, a seguir, o uso de equipamentos para a visão binocular estereoscópica das duas radiografias.
A primeira referência sobre o uso da estereoscopia na radiologia ocorreu um 11 de março de 1896, quando T. Tompson publicou no “Electric Engineer” o trabalho intitulado “Steroscopic Roentgen Pictures”. No início de 1896, G. Countermulins opacificou vasos em cadáveres para estudar a estereografia com raios X.
Em 1900, E. Henrard, médico do exército belga, formulou os princípios para localizar projéteis em feridos de guerra mediante o uso da estereoscopia com raios X e, com isso, foram criados equipamentos estereoscópicos usados durante a I Guerra Mundial. Entre eles, o mais comum era fabricado pela Weatstone e vendido pela empresa Victor dos Estados Unidos.
Os resultados da estereoscopia nunca foram satisfatórios, e por isso ela foi superada pela tomografia, porém permaneceu em uso até os fins dos anos 20, na radiologia cardiovascular.

PARALAXE

Outra forma de desfazer as superposições de sombras usa os princípios da paralaxe (palavra grega que quer dizer movimento) e que, em radiologia, significa o deslocamento de uma sobra quando o tubo de raios X muda de posição, e o filme e o paciente permanecem imóveis. O primeiro trabalho sobre o tema foi publicado em 1915, por Karol Mayer em Poznam, Alemanha, intitulado “Diferencial Radiologic Diagnosis in Diseases of Herat and Aorta”.
Os procedimentos que usam a paralaxe para desfazer superposição de sombras não se enquadram na definição da tomografia, pois essa se baseia no fato de que do trio tubo-paciente-filme, obrigatoriamente, dois deles se movem durante a tomada das imagens.
A primeira aproximação das pesquisas com a tomografia ocorreu em 1915 quando Carlo Baese, um médico militar de Florença, inventou o aparelho (usado na Primeira Grande Guerra) para localizar corpos estranhos metálicos que chamou de radioesterômetro. Ele consistia em mover o tubo e écran fluoroscópico unidos por um braço fazendo uma espécie de tomografia fluoroscópica.

A TOMOGRAFIA CONVENCIONAL

A tomografia é, na essência, a aplicação mais avançada da paralaxe para registrar, num mesmo filme, a imagem de um corte longitudinal do corpo, desfazendo a superposição de sombras. Na tomografia, a imagem é obtida quando, no momento da exposição, movem-se ao mesmo tempo dois dos componentes da tríade “tubo-paciente-filme”.
O primeiro a entender esse princípio foi André Edmund Marie Bocage, um dermatologista francês. Bocage como médico militar na Primeira Guerra Mundial, localizava projéteis em feridos mediante cálculos trigonométricos realizados em várias imagens obtidas com o deslocamento do tubo e do filme. Ele, em 1917, em plena guerra, concebeu a ideia de obter imagens radiográficas de cortes longitudinais do corpo humano. Mais tarde, em 1920, trabalhando no Hospital Salpètrière em Paris, ele retornou à ideia e então uniu tubo e filme por um braço para que os dois, no momento da exposição, fizessem um deslocamento sincrônico e linear, mas movendo-se em sentido oposto.
Bocage patenteou o método em 1922, t5odavia não teve recursos para fabricar o invento e nem meios para pagar a anuidade da patente, e por isso ela caiu em domínio público. Em 1937, vinte anos depois da concepção do tomógrafo, um aparelho foi comercializado pela fábrica Massiot da França com o nome de Biotome.
Cabe a Bocage o mérito do invento dos cortes tomográficos e a formulação dos princípios da tomografia tais como: a trajetória do deslocamento do tubo e do filme, a relação entre a posição do eixo de rotação do sistema e a profundidade de corte, a importância do uso de grades antidifusoras e a influência do tamanho do foco na qualidade das imagens.
O engenheiro holandês Bernard George Ziedses Des Plantes, que mais tarde se formaria médico para chegar à posição de Professor de Radiologia da Universidade de Amsterdã, começou a se preocupar com a dissociação das sombras nas imagens radiológicas ainda como estudante de medicina. Em 1930, ele criou um aparelho no qual o tubo e o filme descreviam um movimento circular ou um movimento em espiral. O protótipo do aparelho foi concluído em 1931 e recebeu o nome de planígrafo. Em 1936, coube mais uma vez, à companhia Massiot lançar no comércio o primeiro equipamento baseado na tecnologia de Ziedses.
Assim como os demais inventores que ignoravam o trabalho de outros pesquisadores, o holandês de Nijmegen, D.L. Baterlinck construiu um tomógrafo cujas primeiras imagens foram apresentadas em novembro de 1930, em uma reunião de radiologistas em Amsterdã.
Na Itália, a preocupação com a dissociação das sombras por meio de cortes tomográficos coube a Alessandro Vallebona, Diretor do Departamento de Radiologia da Universidade de Gênova. Ele batizou seu método com o nome de estratigrafia, cujas primeiras imagens foram mostradas ao Nono Congresso Italiano de Radiologia em 1930. Vallebona fez com o primeiro aparelho somente tomografias de fantomas, mas em 1932-1933, usou na clínica o segundo equipamento. Vallebona desenvolveu duas técnicas de aquisição das imagens: na primeira, o tubo e o filme faziam um movimento circular em torno do paciente imóvel; na segunda, o paciente girava em torno do eixo de corte enquanto o tubo e filme permaneciam imóveis.
O desenvolvimento europeu da tomografia não era conhecido na América do Norte. Em 1928, nos Estados Unidos, o técnico de radiologia Jean Kieffer foi hospitalizado para tratar tuberculose pulmonar e durante a permanência no hospital, preocupado com sua doença, idealizou um aparelho para fazer cortes tomográficos de seu pulmão, eliminando a superposição de sombras. O protótipo do equipamento foi montado em 1934, no qual o tubo e o filme descreviam um movimento de trajetória circular ou elíptica e recebeu o nome de “Máquina de raios X focados”. Em 1938, a Keleket Company lançou no comércio o equipamento com a tecnologia de Kieffer com o nome de laminógrafo.
Embora se soubesse que os cortes tomográficos de melhor qualidade fossem os obtidos com equipamentos dotados de movimentos complexos (movimento circular, em espiral, hipociclóide, em forma de 8 e outros) da tríade tubo-paciente-filme, até a década de 60, a preferência recaiu sobre o movimento linear porque os aparelhos com movimento complexos eram mais caros e irradiavam mais os pacientes. Além disso, o movimento unidirecional permitiu a comercialização de tomógrafos para mesas radiológicas convencionais ou o uso de adaptadores nos moldes dos criados por W. Twinning em 1936.
Em resumo, nos primórdios da história da tomografia, vários pesquisadores, em pelo menos quatro países, trabalhando de forma independente estruturaram a técnica tomográfica e, como as pesquisas simultâneas ocorreram em locais diferentes, sugiram para ela várias denominações: radiografia seccional, tomografia, (Bocage), estratigrafia, (Vallebona), planigrafia (Ziedes), laminografia (Kieffer). Intraskop (Siemens), Sectógrafo (Medical Supply Association), mas o uso consagrou o termo tomografia para a técnica.

A TOMOGRAFIA MULTIDIRECIONAL

O ápice do uso da tomografia convencional ocorreu com o lançamento do extraordinário equipamento, o tomógrafo multidirecional denominado Polytome. O modelo experimental do Polytome foi criado em 1949 pelos engenheiros Raymond Sans e Jean Porcher no Hospital Salpètière em Paris. O aparelho foi apresentado pela companhia Massiot em julho de 1951, em Bruxelas, na Primeira Convenção dos Radiologistas de Língua Francesa. O Polytome era muitas vezes superior aos tomógrafos convencionais, fazendo cortes com espessura de 1 mm, com alto contraste, grande resolução espacial e precisão de detalhes, permitindo levar a tomografia para zonas mais complexas do corpo como, por exemplo, o osso temporal. Tudo porém foi superado pela tomografia computadorizada.


TOMOGRAFIA NÃO COMPUTADORIZADA DE CORTES TRANSVERSAIS

Antes de ser inventada a tomografia computadorizada existiu a tomografia de cortes transversais ao eixo longitudinal do corpo. O inventor da tomografia transversa não-computadorizada com a mesma orientação do CT de hoje foi o inglês William Watson. Em 1937, ele construiu um aparelho para a tomografia transversa que foi patenteado nos Estados Unidos em 1936 e na Inglaterra em 1939.
Ele explicou os princípios desse tipo de tomografia numa conferência na Royal Society of Health em 1939.
Vallebona também trabalhou na busca da tomografia transversa e fez as primeiras imagens em 1947. No Japão, a tomografia de cortes transversais foi estudada por Shinji Takahashi que iniciou os trabalhos nesse sentido em 1949, mas suas pesquisas somente se tornaram conhecidas em 1957, depois que foram publicadas em inglês.

A HISTORIA DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Em 1955, Allan McLeod Cormack trabalhou como físico no Departamento de Radioterapia do hospital Cidade do Cabo, onde se preocupou em achar um meio de calcular com precisão a intensidade da energia do feixe de raios X usado em radioterapia e que chega a um ponto determinado do corpo.
Cormack procurou fazer um mapa da distribuição da absorção dos raios X aplicados no corpo em diferentes ângulos para, desse modo, obter uma imagem de um corte com alta definição por meio de cálculos de triangulação. Pensando que esse método já estivesse em uso, ele fez uma extensa pesquisa na literatura sobre o tema e ficou surpreso porque ninguém tentara estudar o assunto. Mais tarde, ele encontrou um longo trabalho de autoria do matemático Johan Randon que fora escrito no inÍcio do século sobre o mesmo problema.
Em 1956, Cormack foi para a Universidade de Harvard e, no ano seguinte, concluiu o desenvolvimento de uma fórmula matemática para compilar e gerar com precisão uma imagem por meio dos dados obtidos com a passagem de raios X pelo corpo com incidência em diferentes ângulos. Resolvido o problema teórico, ele passou à pesquisa experimental. Ele mesmo construiu um aparelho e com esse equipamento ele mediu, com sucesso, a absorção dos raios X em cortes de carne de cavalo e de porcos, processando os resultados com uma simples calculadora manual. Cormack publicou os resultados de sua pesquisa no artigo intitulado "Representation of Function by its Line Integrals,” no The Journal of Applied Physics e, mais tarde, no Physics of Medical Biology. Como físico teórico, Cormack não se preocupou com o uso prático de duas pesquisas.

GODFREY NEWBOLD HOUNSFIELD

Em meados da década de sessenta, o engenheiro Godfrey Newbold Hounsfield (mais tarde foi agraciado com o título de Sir) trabalhava no THORN EMI (Central Research Laboratories da Electric and Musical Industries Ltd. - EMI) e começou, independentemente de Cormack, a pesquisar sobre tomografia e reconstrução de imagens. Para isso, ele usou uma técnica e um equipamento diferente, utilizando a capacidade dos computadores existentes na época na reconstituição de imagens.
As pesquisas iniciais foram realizadas com um equipamento simples, composto de somente um detector (válvula fotomultiplicadora) e uma pastilha de amerício 95 como fonte de raios gama. Nesse equipamento, a fonte e o detector moviam-se em torno do objeto, usando o princípio de rotação-translação de grau em grau num total de180˚. A coleta de dados durava 9 dias devido à baixa intensidade da fonte de radiação. A seguir, as imagens eram reconstruídas num computador mainframe ICL 1905 que levava duas horas e meia para completar o processamento. Mais tarde. a fonte de radiação foi substituída por um tubo de raios X e o tempo de escaneamento ficou reduzido para nove horas.
As primeiras imagens foram obtidas de um cérebro de boi e o corpo de um porco obtidos num açougue.
Em 1971, Hounsfield mostrou as imagens ao neuroradiologista Dr. James Abraham Edward Ambrose e esse conseguiu, emprestado de um museu, um cérebro humano conservado em formol para ser tomografado. Ambrose ficou admirado com as imagens digitalizadas que Hounsfield lhe mostrou cinco semanas depois.
Uma vez que ficou provada a utilidade da tomografia computadorizada o passo seguinte foi a construção de um protótipo para uso clínico. O aparelho então construído recebeu o nome de EMI MARK I e seu detector era uma válvula fotomultiplicadora com iodeto de sódio. O tomógrafo foi instalado em setembro de 1971, no Atkinson Morley´s Hospital do sul de Londres com o apoio dos neuroradiologistas James Ambrose e Louis Kreel. A primeira tomografia clínica foi feita em 1˚ de outubro de 1971 de uma paciente com tumor cerebral. O cirurgião que retirou o tumor disse que a massa tinha exatamente a mesma aparência da imagem tomográfica.
A abertura do aparelho era pequena e só permitia escanear a cabeça do paciente e, além disso, era necessário envolver o crânio com uma touca de borracha cheia de água (mais tarde substituída por lâminas de carbono) para atenuar a radiação. O tempo de aquisição da tomografia era de 4minutos e meio.
Em 20 de abril de 1972, no 32˚ British Institute of Radiology, Haunsfield apresentou os resultados do aparelho da EMI numa palestra com o título "Tomografia Computadorizada (uma nova forma de demonstrar alguns tecidos moles do cérebro sem uso de meios de contraste)". Antes disso, Hounsfield apresentara no 2˚ Congresso de Radiologia de Amsterdã algumas imagens experimentais sem despertar interesse e o mesmo aconteceu no Curso de Pós-graduação em Neurologia no Albert Einstein College of Medicine em Nova Iorque, em 15 de maio de 1972, onde foram mostradas as primeiras imagens de uso na clínica.
A primeira tomografia computadorizada de corpo inteiro foi a do engenheiro Tony Willians, da equipe da EMI, porque ele era suficientemente magro para caber na abertura do aparelho.
Hounsfiedl e seu grupo continuaram as pesquisas no Atkinson Morley´s Hospital e no National Hospital of Neurology and Neurosurgery de Londres.
A primeira descrição da técnica da Tomografia Axial Transversa foi publicada no British Journal of Radiology, em 1973. Nesse mesmo ano, o primeiro aparelho foi lançado no comércio com a sigla EMI CT 1000 que era um aperfeiçoamento do Mark I. Esse novo aparelho já estava equipado com 30 detectores, reduzindo o tempo de aquisição das imagens para 20 segundos.
Em 1974, o Dr. Robert Ledley Professor de Radiologia, Biofísica e Fisiologia da Georgetown University desenvolveu o primeiro aparelho para tomografia computadorizada de corpo inteiro que tinha a sigla ACTA (Automatic Computed Transverse Axial) equipado com 30 válvulas fotomultiplicadoras e que já dispensava o uso da touca de borracha.

EVOLUÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

Os equipamentos evoluíram na seguinte sequência:
Primeira geração - um detector móvel;
Segunda geração - de 8 a 30 detectores móveis;
Terceira geração - de 500 a 700 detectores móveis;
Quarta geração - 2.400 detectores fixos.

O PRÊMIO NOBEL DE MEDICINA E FISIOLOGIA

Em 1979, Hounfield e Cormark receberam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia por seus trabalhos na invenção e no desenvolvimento da tomografia computadoriza. Eles foram os primeiros não médicos a receber a distinção . Os dois se encontraram pela primeira vez no dia da entrega do Prêmio.

BIBLIOGRAFIA

Allan Cormack, 74, Nobelist Who Helped Invent CAT Scan - New ...www.nytimes.com › ...http://www.nytimes.com/1998/05/09/us/allan-cormack-74-nobelist-who-helped-invent-cat-scan.html
Conventional tomography J.T.Littlelton M.D. and M.I. Durizch Littleton , R. T. M. B. A -  http://www.arrs.org/publications/HRS/diagnosis/RCI_D_c15.pdf
In search for the third dimension: from radioestereoscopy to Treee-dimensional imaging - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12463506
A história da tomografia computadorizada – Antgonio Carlos Pires /carvalho – Rev. Imagem 2007,29(2)61-66

Postagens anteriores:


HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ONDAS DE CHOQUE - RUÍDO E SOM - PERCUSSÃO E AUSCULTA.
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNOSTICO MÉDICO = ONDAS DE CHOQUE - PULSO E PRESSÃO ARTERIAL.
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO = RAIOS X
HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO – ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

A HISTÓRIA DAS RADIAÇÕES NO DIAGNÓSTICO MÉDICO - AS PRIMEIRAS RADIOGRAFIAS, A CHEGADA DOS RAIOS X NO BRASIL - OS RAIOS X NAS GUERRAS - A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DOS TUBOS DE RAIOS X - A HISTÓRIA DA FLUOROSCOPIA - A HISTÓRIA DA ABREUGRAFIA

A HISTÓRIA DOS FILMES RADIOGRÁFICOS

A HISTÓRIA DOS ÉCRANS REFORÇADORES

A HISTÓRIA DO DIAFRAGMA POTTER-BUCKY

A HISTÓRIA DOS MEIOS DE CONTRASTE EM RADIOLOGIA

Proximas postagens:

 

            A HISTÓRIA DA MEDICINA NUCLEAR



Nenhum comentário:

Postar um comentário