João Eduardo Irion*
Da Academia Santa-Mariense de Letras
Minha mulher e eu choramos quando vimos no Vaticano a escultura da Pietà, tal foi a emoção que a visão daquela peça de arte nos provocou. Foi então que me passaram pela cabeça os pensamentos que se seguem:
Foi com essas palavras que abri uma exposição de minha filha Débora lá na cidade de Gramado no Rio Grande do Sul, Brasil, e surpreendi e emocionei a ela a aos presentes.
Deus, quando fez o mundo, criou a beleza e determinou que ela fosse infinita. É por isso que, em cada dia e em cada lugar, a paisagem muda constantemente. Todo lugar da Terra tem seu encanto; cada dia e cada noite, faça sol ou chuva, haja ou não luar, o encanto natural se renova. Essa é a beleza visível para os mortais. Porém Deus criou também a beleza invisível para aparecer gradualmente e, assim, surpreender e emocionar as sucessivas gerações humanas.
Deus não determinou que a beleza invisível permanecesse eternamente oculta. Ele a fez para ser revelada por alguns seres imortais privilegiados, porque são capazes de senti-la onde ninguém a sente, e cuja missão é, compulsivamente, mostrá-la para a humanidade. É o escultor que olha o bloco de mármore, lá dentro vê a escultura que seu cinzel desvenda e a torna eternamente visível. É o músico que sente no instrumento a melodia que faz audível com seus dedos. É o compositor que no fundo da mente ouve o que ninguém é capaz de ouvir e assim compõe a música. É o ator que a cada peça deixa de existir e se transfigura na personagem. É o escritor ou o poeta, os quais juntam as palavras esparsas que fulguram em sua mente, colocam-nas em sequência e as transformam em poema ou romance. É o...
Esses privilegiados têm, mas não sabem, a Natureza Divina. São Anjos que Deus enviou à Terra para desvendar a cada momento a beleza oculta, encantar os mortais e assim fazer da beleza revelada patrimônio humano perene.
Eles não sabem que são Anjos, não sabem que são seres imortais, não sabem que nasceram com o destino de viver eternamente na memória da humanidade. Como Anjos cumprem a missão celestial de desvendar, a cada dia, o caráter infinito da beleza. Para esse Trabalho Divino de Emocionar, o Mundo deu o nome de Arte.
Só agora, como se a Verdade Eterna fosse revelada, percebo que a palavra Anjo tem um sentido muito maior, e seu sinônimo é a palavra Artista.
Prezado Dr. João, parabéns por este belo e comovente artigo. Apenas, tomo a liberdade de lembrá-lo que não só os artistas são anjos, um dia todos nós seremos anjos, uns antes outros depois, mas mesmo o mais simples dos mortais são espíritos imortais, que dependendo do seu grau evolutivo alcançarão a angelitude. Um grade abraço desse seu admirador...
ResponderExcluirObrigado, Carlos Alberto. Você foi o primeiro a comentar meu artigo.
ExcluirPai este texto é muito lindo, lembro bem quando falastes isto na abertura de uma das minhas exposições de esculturas, emocionastes a todos. Débora Irion
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